Presidente da Câmara de Mourão vai decretar dia de luto municipal pela morte de Marco Paulo

O presidente da Câmara de Mourão, João Fortes, manifestou hoje “estupefação” pela “triste notícia” da morte do cantor Marco Paulo, natural daquele concelho alentejano, e revelou que vai ser decretado um dia de luto municipal.

“Fomos hoje confrontados com esta triste notícia do óbito de Marco Paulo” e “iremos decretar um dia de luto municipal”, disse o autarca, em declarações à agência Lusa, numa reação à morte do artista.

Segundo o presidente do Município de Mourão, no distrito de Évora, esse dia de luto municipal vai “certamente” ser decretado para esta sexta-feira, com a colocação das bandeiras a meia-haste.

O cantor Marco Paulo morreu hoje, aos 79 anos, noticiou a estação de televisão SIC Notícias, do mesmo grupo de media onde tinha um programa semanal.

Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, o intérprete de êxitos como “Eu tenho dois amores” e “Maravilhoso coração”, nasceu a 21 de janeiro de 1945, em Mourão, fixando-se com a família em Alenquer, no distrito de Lisboa, no final dos anos 1950, e depois no Barreiro, no distrito de Setúbal, já na década de 1960.

O presidente da câmara alentejana revelou à Lusa que, “há sensivelmente um ano”, reuniu-se com o artista e “o objetivo era que ele cedesse parte do espólio artístico para que ficasse em plena exposição no concelho” que “ele adorava” e ao qual “se dedicou, particularmente quando superou a doença, pela primeira vez”.

O palco para expor esse espólio seria a galeria municipal, propriedade da autarquia e localizada perto da Praça da República, mas “infelizmente não houve avanços” do projeto, lamentou.

Agora, João Fortes disse esperar que este “espólio e acervo” de Marco Paulo “possa ainda vir ter até Mourão, para que, sem interrupções, durante 365 dias por ano, quem quer que visite a vila” possa conhecer “a dedicação” de Marco Paulo “à música e à arte” e que o cantor era natural deste concelho.

“Esperemos que, agora, com alguma ajuda e interlocução possamos concretizar de certeza este que era o sonho de Marco Paulo”, vincou.

O autarca destacou também “o percurso de enorme sucesso” do artista, que alcançou “palcos nacionais, palcos internacionais” e levou “o nome de Mourão mais longe”.

Entre outros, Marco Paulo trabalhou com António José, Mário Martins, Rosa Lobato de Faria, Joaquim Luís Gomes, Fernando Correia Martins, Jorge Machado, Shegundo Galarza, Luís Filipe e Emanuel, entre músicos, escritores/letristas, produtores.

Em maio de 2022, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o cantor com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelos seus 50 anos de carreira, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa.

Marco Paulo publicou no mesmo ano o seu derradeiro álbum de estúdio, “Por ti”, pela editora Espacial, que o representou nos últimos anos, com quatro inéditos de José Cid, Elton Ribeiro, Miguel Gameiro e Nelson Canoa, a par de versões de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, e de uma homenagem a Dino Meira.